Afinal, o que é a Inteligência do Coração?
- Maria Letícia
- 29 de set. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 11 de out. de 2021
Conhecido também como o meu incomum método de gestão das emoções que me tornou mais equilibrada e assertiva.
Quando eu descobri que haviam outras formas de lidar com as emoções muito além das ideias e clichês da Inteligência Emocional de Goleman, o meu mundo simplesmente se transformou. Eu já trabalhava em "firmas" no início dos anos 2000 e vivi o ápice da Inteligência Emocional no Brasil, com direito aos treinamentos motivacionais e feedbacks repletos de "precisa desenvolver melhor a sua inteligência emocional". Tudo era sobre Inteligência Emocional ou a falta dela. Ao mesmo tempo, era frustrante quando o controle mental saia do controle e as emoções transbordavam do mesmo jeito. Foram anos me culpando pelo que sentia e pela forma pela qual eu me expressava. Esse foi o vetor da minha transformação e da busca por outras respostas relacionadas à gestão das emoções na prática. Foi assim que eu descobri a roda, a verdadeira roda, que não era bem uma roda, era um coração e pulsava dentro da mim. Ali estavam as respostas que buscava. Escutar o coração realmente fazia sentido, a única coisa que ninguém explicava ainda, era COMO fazer isso.
Uma explicação básica sobre a Inteligência do Coração
Um campo da ciência chamado de neurocardiologia, tem apresentado cada vez mais estudos promissores relacionados à função do coração sobre nossas emoções e percepções. Um dos expoentes desta área é o Instituto Heart Math que em pesquisas recentes, indicam que o coração funciona como um complexo centro de processamento de informações, que se comunica diretamente com o cérebro. De acordo com as pesquisas realizadas, o coração possui mais de 40.000 neurônios sensoriais envolvidos na transmissão de informações ascendentes para o cérebro.
No coração também são criados neurotransmissores e hormônios que impactam como nos sentimos. A exemplo da ocitocina – conhecido como hormônio do amor e da conexão social, que age como neurotransmissor e é produzida em quantidade semelhante no coração e no cérebro.
O sistema nervoso intrínseco do coração está constantemente enviando informações ao cérebro e influenciando diretamente as funções cerebrais. Assim, as emoções negativas podem criar o caos no sistema nervoso e as positivas, fazem o oposto, podem aumentar a capacidade do cérebro de tomar boas decisões. Um exemplo prático é observar que quando estamos sob pressão, podemos tremer, engasgar, suar, sentir calor, pânico e até perda de memória. Entramos no caos fisiológico quando atravessamos uma situação muito estressante. Quando estamos calmos, tomamos decisões melhores e mais assertivas.
É aqui que entra a Inteligência do Coração na prática, para restabelecer o equilíbrio entre a mente e o corpo. Essa dinâmica possui nome próprio, se chama estado de coerência cardíaca um estado que indica a estabilidade do padrão de ritmo cardíaco e pode ser alcançado por técnicas específicas de respiração. Para o cientista Rolin McCraty, diretor de pesquisa do instituto Heart Math, “emoções positivas, inclusive aquelas que são autoinduzidas, transformam o sistema inteiro em um modo psicológico harmonioso e globalmente coerente, o que pode ser associado a uma melhoria na performance do sistema, na capacidade de autorregulação e num estado geral de bem estar”, trecho retirado do livro Science of the Heart (Ciência do Coração).
Conclusão de tudo isso?
Por meio de técnicas específicas, podemos induzir as mudanças fisiológicas que irão agir positivamente em nossos sentimentos, pensamentos e bem-estar.
Esse é o papel da Escola do Coração, disseminar a prática da Inteligência do Coração, promovendo o acesso às técnicas do Heart Math. Somado à isso, a escola trabalha com outros saberes à respeito desta temática, trazendo a visão espiritual e a filosófica que atuam de forma complementar, especialmente em termos de ampliação de repertório e identificação de sentimentos.







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